Resumo dos Princípios

Extraído do Apêndice de James P. Boyce, Abstract of Systematic Theology, 1887.

Os parágrafos que seguem são das regras fundamentais do Southern Baptist Theological Seminary escritas em 30 de Abril de 1858: “9. Cada professor da Instituição deve ser membro regular de uma igreja Batista; e todo aquele que aceitar um professorado neste Seminário, se considerará por sua aceitação, como de acordo com, e nunca contrário ao Resumo dos Princípios que se expõe” (Mueller, History of  Southern Seminary; Broadman Press, p. 238).


1. As Escrituras
As Escrituras do Antigo e Novo Testamento foram dadas por inspiração de Deus, e constituem a única e suficiente regra de autoridade de conhecimento, de fé e da obediência salvadores.

2. Deus
Há somente um Deus, o Criador, Preservador e Governador de todas as coisas, que tem em si, e por si mesmo todas as perfeições, sendo infinito em todas elas, e todas as criaturas lhe devem amor, reverência e obediência.

3. A Trindade
Deus se revela a nós como Pai, Filho e Espírito Santo cada um com atributos pessoais distintos, mas sem divisão de natureza, essência e ser.

4. Providência
Deus desde a eternidade decreta e permite todas as coisas que ocorrem, e sustenta, dirige e governa perpetuamente todas as criaturas e todos os eventos; mas, sem ser de algum modo o autor, ou cúmplice do pecado, de modo que viesse a destruir a livre vontade e responsabilidade das criaturas inteligentes.

5. Eleição
A eleição é a escolha eterna que Deus faz de pessoas para a vida eterna – não por causa de algum mérito que Deus tenha visto de antemão nelas, mas, por causa de sua misericórdia em Cristo – como conseqüência do qual são chamados, justificados e glorificados.

6. A Queda do Homem
Deus originalmente criou o homem a Sua própria imagem, livre do pecado; mas, pela tentação de Satanás, o homem transgrediu o mandamento de Deus, caiu do seu estado original de santidade e justiça; por causa disso, a sua descendência herdou uma natureza corrupta e completamente oposta a Deus e a Sua lei, estando sob condenação, e assim, como são capazes de ação moral, tornam-se atuais transgressores.

7. O Mediador
Jesus Cristo, o Filho de Deus, é o mediador divino designado entre Deus e o homem. Tendo assumido para Si a natureza humana, mas sem pecado, Ele cumpriu perfeitamente a lei, sofreu e morreu na cruz pela salvação de pecadores. Foi sepultado, e ressuscitou ao terceiro dia, e ascendeu a Seu Pai, cuja destra está para interceder pelos Seus. Ele é o único Mediador, o Profeta, Sacerdote e Rei da Igreja e Soberano do Universo.

8. Regeneração
A Regeneração é uma mudança de coração, produzida pelo Espírito Santo, que dá vida ao que está morto em delitos e pecados, iluminando as suas mentes salvadora e espiritualmente para entender a Palavra de Deus, e renovando toda a sua natureza, de modo que possam amar e praticar a santidade. Isto é obra unicamente da livre e especial graça de Deus.

9. Arrependimento
O arrependimento é uma graça evangélica, dentro de uma pessoa que pelo Espírito Santo lhe sensibiliza a respeito de sua natureza ímpia e de seu pecado, para que se humilhe por esta causa, com dor genuína, aborrecimento disto, e auto-aversão, com o propósito e meta de mudar de caminho diante de Deus, para agradar-lhe em todas as coisas.

10. Fé
A fé que salva é o crer, de todo coração, no que pela autoridade de Deus está revelado em Sua Palavra acerca de Cristo; aceitando e confiando somente nEle para justificação, e a vida eterna. Esta fé é forjada no coração pelo Espírito Santo, e vem acompanhada por todas as outras graças salvadoras, e leva a uma vida de santidade.

11. Justificação
A justificação é a completa e graciosa absolvição, que Deus dá aos que crêem em Cristo, de todo o pecado, por meio da satisfação que Cristo fez; não por coisa alguma que tenham realizado, ou que tenha se encontrado neles; mas, por causa da obediência e satisfação de Cristo, recebem esta justificação e descansam nEle, e em Sua justiça pela fé.

12. Santificação
Aqueles que foram regenerados, também são santificados, pela palavra de Deus e pelo Espírito que habita neles. Esta santificação é progressiva por meio do poder de Deus, a qual todos os santos buscam obter, esperando uma vida celestial em cordial obediência a todos os mandamentos de Cristo.

13. Perseverança dos Santos
Aqueles a quem Deus aceitou no Amado, e santificados por Seu Espírito, nunca cairão total, ou finalmente do estado de graça, mas, certamente perseverarão até o fim; e, ainda que lhes seja possível cair em pecado, por negligência e tentação, entristecendo o Espírito e deteriorando as suas graças e consolo, trazendo a reprovação para a Igreja, e juízo temporal sobre si mesmos, serão levados a um novo arrependimento, e mantidos pelo poder de Deus por meio da fé para a salvação.

14. A Igreja
O Senhor Jesus é a Cabeça da Igreja que compõe de todos os seus verdadeiros discípulos, e nEle está investida de supremo poder para o seu governo. De acordo com este mandamento, os cristãos devem se associar em sociedades particulares ou igrejas; e, a cada uma destas igrejas Ele dá autoridade necessária para administrar esta ordem, disciplina e adoração que Ele exige. Os oficiais regulares de uma Igreja são os bispos, ou anciãos, e diáconos.

15. Batismo
O Batismo é uma ordenança do Senhor Jesus, obrigatória a cada crente, no qual é imerso em água em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo, como um sinal de sua participação na morte e ressurreição de Cristo, da remissão de pecados, e do oferecimento de sua vida ao Senhor, para viver e caminhar em nova vida. É um pré-requisito para a comunhão da Igreja e participar da Ceia do Senhor.

16. A Ceia do Senhor
A Ceia do Senhor é uma ordenança de Jesus Cristo, para ser administrada com os elementos do pão e vinho, e que deve ser observada por suas igrejas até o fim do mundo. Não é em nenhum sentido um sacrifício, mas está designada para comemorar a sua morte, para confirmar a fé, e outras graças dos cristãos, e para ser um meio de união e renovação de sua comunhão com Ele e também da sua igreja.

17. O Dia do Senhor
O dia do Senhor é uma instituição cristã de observância regular, e deve ser usada para a adoração e devoção espiritual, tanto pública como privada, descansando das atividades mundanas e diversões, excetuando as obras de misericórdia e necessidade.

18. Liberdade de Consciência
Deus somente é o Senhor da consciência, e Ele a deixou livre das doutrinas e mandamentos de homens, que sejam de alguma forma contrárias a Sua palavra, ou que não estejam contidos nela. Como os magistrados civis são ordenados por Deus, se lhes deve submissão em tudo o que seja legal, não somente pela punição, mas por causa da consciência.

19. A Ressurreição
Os corpos dos homens depois da morte voltam ao pó, mas os seus espíritos retornam imediatamente a Deus – os justos para descansar com Ele; os ímpios, para serem reservados em trevas para o juízo. No dia final, os corpos dos mortos, tantos justos como injustos, serão ressuscitados.

20. O Juízo
Deus determinou um dia, no qual julgará ao mundo por meio de Jesus Cristo, quando cada um receberá de acordo com as suas obras: os ímpios irão ao castigo eterno, e os justos para a vida eterna.



Extraído do Apêndice de James P. Boyce, Abstract of Systematic Theology, 1887.


Tradução livre:
Rev. Ewerton B. Tokashiki
tokashiki@ronnet.com.br
Pastor da Igreja Presbiteriana de Cerejeiras
Professor de Teologia Sistemática no SPBC – extensão Ji-Paraná - RO

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